Promovendo a Dignidade da Mulher

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Tecendo a história da vida das mulheres:

Seus nome significa “Jewel of Light”
Então Prakashmani (c. 1922-2007)

Editors’ Nota:

Quem era esta mulher em quem o fundador da Brahma Kumaris confiada tudo? Em homenagem ao Mês da História das Mulheres, oferecemos um vislumbre da vida de Dadi Prakashmani. Ela supervisionou a expansão da Brahma Kumaris em uma organização global e proporcionado a liderança espiritual e administrativa de 40 anos após a morte do fundador, Chest Lekhraj Kripalani, conhecido como Brahma Baba.

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Por Carolyn Ward

Autor de, "As Quatro Faces da Mulher"

Caroline-WardA história nos conta que as mulheres começaram a ter sua voz reconhecida já (ou apenas) em 1718. A Suécia e a Rússia encabeçaram a longa e contínua jornada rumo aos direitos da mulher.

Entretanto, no século passado vimos mudanças extraordinárias na posição, condição, nos direitos e papéis da mulher. Não de forma ampla e para todas as mulheres, já que o mundo está certamente irreconhecível sob diferentes aspectos desde o ano de 1900.

O trabalho político e social visando à igualdade tem sido fundamental; para proporcionar reconhecimento, valor e dignidade para a mulher de forma mais ampla.

Além do movimento atual para garantir direitos iguais para mulheres e homens em casa, na sociedade e no local de trabalho, temos visto um incrível aumento na capacitação das mulheres. Capacitação no sentido de aumentar a autoestima e o autorrespeito.

No final das contas, para se tornar sustentável, para se tornar parte de uma cultura viva , e de uma forma de viver, a mulher precisa conhecer o seu próprio valor. E isso não pode ser dado ou simplesmente transmitido a ela. É necessário que seja mostrado a ela como descobrir o seu valor, como se lembrar do seu valor; políticas e leis podem ser criadas para que ela tenha direitos, bem como para proteger esses direitos; ela pode ser acompanhada em sua descoberta de si mesma como o ser ilimitado que é, pois, no final das contas, a dignidade de cada um está dentro de si mesmo. Este é o aspecto espiritual da história. Isto é o que chamamos de jornada espiritual.

Autorrespeito e autoestima

Ao abordar o aspecto da dignidade e do seu próprio valor ou riqueza, existem duas áreas fundamentais. Estas estão interligadas, embora sejam aspectos bastante diferentes da identidade.

O primeiro é a autoestima, baseado na Identidade Exterior.

A autoestima é a origem daquele senso de valor que experimentamos quando realizamos algo, relacionado ao nosso lugar no mundo, nossos papéis, nossas habilidades, nossa fisicalidade – incluindo o gênero – e o reconhecimento que recebemos do mundo exterior. É importante que todos os seres humanos tenham uma forte autoestima. É através dela que nos comparamos em relação ao resto do mundo , e sabemos porque estamos aqui, e qual a nossa função. Nossas realizações não precisam ser extraordinárias, apenas existir, e precisam ter valor pelo menos para nós mesmos.

Por si só, a autoestima é vulnerável e isso tem sido comprovado através da história. Ela é baseada na moda, cultura, em costumes passageiros e muitas vezes nos caprichos da opinião, preferências e gostos dos outros. Se não somos valorizadas como mulheres pela sociedade, pelo 'outro', se não tivermos consciência de nossa importância, se não formos fisicamente atraentes, se não formos inteligentes, se não pudermos receber ou gerar riqueza, não temos valor. Consideradas como um grupo, conseguimos obter pouco ou nenhum valor.

Embora o papel da mulher como mãe, cuidadora, educadora, curadora, dona de casa e educadora tenha sido fundamentalmente valioso, na verdade essencial e crucial para uma sociedade saudável e estável, onde fomos obrigadas a ter uma forte autoestima baseada nestas contribuições, começamos a perceber que tanto os homens quanto as mulheres não estavam mais dando valor a esses papéis. Dessa forma, a autoestima baseada neles também se tornou frágil.

Mas, hoje, podemos ver que tem se tornado preferível ser mulher do que homem. Diferentemente do passado, hoje em dia muitos pais desejam e até mesmo escolhem ter filhas, no caso da fertilização in vitro. As mulheres estão mais bem preparadas para administrar os novos papéis na nova economia. Elas têm condições inerentemente melhores para viver na incerteza e no caos; são melhores comunicadoras e colaboradoras, são inclusivas e valorizam a diversidade, são consideradas mais intuitivas e mais capacitadas para assumir uma condição de “não saber” - uma habilidade importante em um mundo que está se reinventando. Tudo isso representa uma excelente oportunidade para moldar a sua própria autoestima como mulher.

Além do mais, como disse Humberto Maturana, famoso biologista : “A vez da mulher é a vez de todos”. Por isso, quando nos identificamos como mulher nesta era, podemos nos alinhar a uma nobre missão ou causa, pois, juntas, estamos curando o nosso mundo da desigualdade e injustiça para todos. Não apenas para as mulheres e não apenas para mulheres em circunstâncias específicas. Se quisermos promover a dignidade da mulher, deve ser dignidade para todos, não apenas para uma parte da raça humana.

Mas existem questões, como: E se a economia mudar e perdermos nossa vantagem? Como podemos libertar aqueles que poderiam nos dominar ou oprimir? Podemos amar suficientemente a todos? Temos poder suficiente para nos preocupar com nós mesmos e com o mundo inteiro? E se... Como... É possível...?

Isso nos leva ao segundo aspecto, do Autorrespeito. Ele é baseado em nossa identidade essencial, em nossa parte mais íntima, que é inalterável, imensamente poderosa, profundamente sábia e não depende de ninguém ou de nada que está do lado de fora de nós mesmos.

O autorrespeito está profundamente arraigado na essência de cada um. O autorrespeito não exige nenhuma fonte de afirmação externa e não está relacionado ao gênero de cada um. Na verdade, precisamos deixar o sexo do nosso corpo de lado por um instante para que possamos nos voltar para nossa natureza não física.

O autorrespeito nasce a partir de um profundo senso interior de valor, uma autoaceitação e um amor-próprio que cada um experimenta como sua própria e verdadeira qualidade eterna. Ele faz parte do domínio da espiritualidade e é um direito adquirido de todo ser humano. Quando há autorrespeito há estabilidade, força, colaboração e celebração do outro, da diversidade. Não há competição ou comparação. Há o reconhecimento do valor e da riqueza de cada um e do valor inerente do outro, há uma profunda compaixão por qualquer um que não viva a partir daquela natureza essencial – incluindo por si mesmo.

Indo além em termos de humanidade, precisamos alimentar tanto o lado de dentro como o lado de fora. Não basta que as garotas simplesmente tenham as mesmas ou melhores oportunidades de carreira ou salários que os garotos. Precisamos encontrar formas de alimentar o autorrespeito desde o nascimento. Precisamos incluir na educação recebida em casa e nas escolas formas de permitir que primeiro as crianças cresçam como seres vivos, com todos os recursos inatos para amar e contribuir de forma positiva para a sociedade; para desenvolver naturalmente a confiança como um direito adquirido e para viver de forma livre, criativa e alegre, sem medo ou repressão.

Tanto a autoestima como o autorrespeitosão fundamentais para promover a dignidade da mulher. Se tivéssemos que priorizar e dizer o que é mais importante, diríamos que é o autorrespeito, por ser permanente e puro. É a essência do território da verdade de cada um. Ele não é abalado ou pode ser tomado de nós. É a partir do autorrespeito que se pode reconstruir tudo ou qualquer coisa. Você pode perder tudo o que tiver, até a sua reputação, mas não será destruído se o seu autorrespeito estiver intacto. Quando alimentamos o reino íntimo do autorrespeito, automaticamente criamos bases para nossa dignidade, de nossas famílias e de nossas sociedades.

 

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